quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Moda/Algodão

"Moda: Aumento da cotação do algodão pressiona custos e grifes buscam alternativas para segurar preços. Roupa deve ficar mais cara no fim do ano. Boa parte das grifes de moda não comenta, mas a forte alta do preço do algodão - que só este mês subiu 23% - deverá causar impacto sobre o varejo de vestuário a partir do fim do ano. "Não houve aumento na coleção de verão que já está nas lojas, mas haverá nas de alto verão, que chegam ao mercado no fim do ano", diz Janaina Machado, diretora comercial da Le Lis Blanc, grife que faz parte do grupo Artesia. A executiva afirma que os preços das peças de algodão ficarão entre 5% e 8% mais altos. Isso se deve, diz Janaina, ao aumento no valor dos artigos de algodão principalmente no mercado internacional. A Le Lis Blanc importa da China e da Índia cerca de 15% de suas peças prontas. "Para o inverno acredito que o aumento será maior." A Le Lis Blanc possui 45 lojas e deverá fechar o ano com 49. Alexandre Iódice, coordenador de estilo da Iódice Denim, confirma a tendência do mercado. "Nossa coleção já foi vendida para as multimarcas há três meses. Por enquanto, não houve aumento", afirma o executivo. A grife paulistana, focada em jeanswear, comercializa suas peças em 750 pontos de venda no Brasil e possui 12 lojas (sendo a metade franquia). O desafio agora, diz Iódice, é negociar com os fornecedores de denim para não precisar reajustar os preços da roupa pronta para o inverno. "Sabemos que o tecido vai subir. O que podemos fazer é economizar na engenharia de produto", diz. Ou seja, cortar custos com aviamentos e, sobretudo, no processo de lavanderia, etapa que pode encarecer o custo de uma calça jeans. Outra que aguarda pelo reajuste nos preços dos tecidos é a grife de jeanswear Damyller, de Nova Veneza (SC), com 31 anos de mercado e confecção própria. "Temos estoque de tecido até dezembro. Para o ano que vem ainda não sabemos como ficarão os preços, mas nossos fornecedores estão comentando que haverá aumento", diz Damylla Damiani, consultora de> moda e uma das proprietárias da grife. Com produção de 120 mil peças por mês, a Damyller está no varejo nacional com 76 lojas próprias. "Queremos chegar ao fim de 2010 com 80 lojas", diz a empresária. A grife não lança coleções por estação, preferindo colocar novos produtos nas lojas todos os dias. Apenas no último ano, o preço do algodão, pela cotação da bolsa de Nova York, passou de 50 centavos de dólar por libra-peso para 85 centavos de dólar, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). "Houve diminuição da plantação de algodão, que foi substituída pelo cultivo de alimentos na China", diz Ivan Bezerra Filho, vice-presidente da Abit. Segundo a Abit, o Brasil não é autossuficiente em algodão: produz 1,2 milhão de toneladas por ano, consome 1 milhão e exporta 400 mil. A partir de dezembro, vai começar a faltar algodão no mercado interno, que precisará ser importado. Para o presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), Roberto Chadad, a saída seria o governo abaixar a alíquota de importação de 200 mil toneladas de algodão em pluma para equilibrar o mercado. "Do contrário, vai haver aumento e os grandes magazines vão deixar de produzir no Brasil para comprar peças de algodão de fornecedores estrangeiros", diz Chadad. Dessa forma, as duas pontas perdem: a indústria têxtil, que venderá menos tecido, e a de confecção, que produzirá menos. Segundo o empresário, o verão é a grande temporada de consumo de vestuário no Brasil. "Enquanto no inverno se produz 80 milhões de peças por ano, no verão esse volume chega a 6,6 bilhões." A chegada do verão vai trazer jeans mais leves e superdesbotados para a Iódice Denim. "Além disso, teremos peças de sarja tinturadas de branco", diz Alexandre Iódice. A coleção Nice da Santana Textiles traz tecidos com 6 onças - sendo que o jeans normal costuma ter cerca de 10 onças - e tingimento próprio para fazer peças com efeito "délavé", processo de lavanderia que dá um aspecto desbotado ao jeans. A empresa também investiu em tecidos com 2% de elastano, para fazer as calças no estilo "fuseau", bem justas."

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O bocão de Scarlett Johanson


"Fashionista que se preze vai reparar mais na boca do que nas curvas de Scartlett Johanson na nova campanha da linha de maquiagem da Dolce & Gabbana. Em sua 3ª temporada como o rosto da grife, a bombshell aparece com os lábios bem marcados e brilhantes na cor de berinjela, que apareceu nas passarelas internacionais pro outono-inverno 2010/11.
Pat McGrath assina o make e explica que a ideia era trazer o contraste pra imagens e focar na boca supersexy, bem cheia de gloss pra chamar a atenção. “Muito sugestivo, misterioso – e ainda muito ousado. Pra mim, é sobre isso que se trata o inverno˜, conta Pat. Então já anota aí a receita pra ter a boca da Scarlett: batom escuro e dá-lhe gloss!"


quinta-feira, 15 de julho de 2010

CABELO CABELEIRA CABELUDA DESCABELADA!


" O Acessório Essencial


Cabelo! Te quero muito, e muito bem! Te quero por cima da face, no ombro, liso, bem natural. Emoldura meu rosto, revela o meu ânimo. Cabelo, cabelo meu, nesse teu jogo de esconder e transparecer, protege os meus olhos contra a luz, me torna sagrada, revela apenas o necessário. Brilhe e ofusque a luz dos olhares invejosos.A famosa Diva Jessica Rabbit sabe muito bem do poder de sedução de um cabelo bem escovado, escondendo e revelando, vestindo o rosto. Jessica é personagem do filme ”Uma Cilada para Roger Rabbit” (Who Framed Roger Rabbit?), de 1988 e usa seu cabelo como complemento para a sedução. O filme mistura cenas reais com desenho animado e Jessica vive uma sensual dançarina que deseja ir para o mundo real.Jessica nos serve como inspiração para expor a beleza presente na maioria dos shows de Alta-Costura de Inverno 2010, que se encerrou dia 8 desta semana. O cabelo, sempre solto, às vezes em cima do rosto, às vezes assanhado, descabelado, revela a beleza nata e emoldura o rosto de forma misteriosa.Proteja-se! "

Por Anderson Cleyton
Ilustrações Mark Greiner09 . 07 . 2010

REBECCA HORN, ALEXANDER MCQUEEN, SARAH BURTON

"O Risco RebeladoPor Mark Greiner08 . 07 . 2010

Na última temporada da Moda Carioca tive a oportunidade de me deparar com a primeira exposição brasileira da artista visual alemã Rebecca Horn, Rebelião em Silêncio. Esta mulher de 67 anos, com uma carreira que permeia as últimas quatro décadas, conquistou, através de sua obra, um lugar de destaque no mundo das artes e no inconsciente imagético de muitos.Entender que “fazer Arte é arriscar, desconfortar, deslocar, revalorar a matéria e flertar com o perigo”, palavras retiradas da apresentação de Marcello Dantas, curador da exposição, revela que a matéria prima fundamental de Horn é o risco.Compreendi ali, admirando obras como a Grande Roda de Penas, Amor e ódio, Concerto para Anarquia que é impossível nos mantermos indiferentes frente aos seus questionamentos e, que seja por um processo sinestésico ou não, essa reflexão em busca de uma alma própria e o constante confronto com o perigo estão contidos no legado do estilista britânico Alexander McQueen.Seria leviano estabelecer conexões?! Seria McQueen um admirador de Horn?!O nome “Alexander McQueen” volta à tona neste momento no qual Sarah Burton, sua assistente, assume o controle criativo da marca e assina a primeira coleção Resort Feminina, após sua morte.Enquanto admirador do trabalho desse criador, um homem que veio ao mundo com a missão de comunicar valores através da Moda, revelo aqui que senti sua falta...Eu, como mero “expectador online”, desejo sorte a Sarah Burton, pois acredito que seu trabalho ainda tem muito por dizer. "

por Mark Greiner

Fonte: http://www.dfhouse.com.br/sis.secao.artigos.content.asp?pasta=1&pagina=2&a=2&ar=112

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Importado invade coleção de grife nacional

A exemplo das marcas estrangeiras, brasileiras expandem compras de matérias-primas e, agora, de roupas prontas, sobretudo da ÁsiaNo geral, importação de têxteis cresceu 189% no primeiro bimestre deste ano, segundo o Ministério do Desenvolvimento A Colcci importa roupas prontas da Índia e de outros países da Ásia. A Totem tem uma estrutura de produção na Indonésia. A M.Officer e a Clô Orozco compram seda da China. Peças da linha casa da Le Lis Blanc vêm da Ásia. E até 70% dos tricôs da Huis Clos nesta coleção de inverno têm origem chinesa.A importação de tecidos, de aviamentos e, mais recentemente, de peças já confeccionadas cresce entre as grifes nacionais, a exemplo do que já ocorreu com as marcas internacionais e as maiores lojas de departamento brasileiras.Segundo o Ministério do Desenvolvimento, o valor em dólares das importações de têxteis -de matérias-primas a bens finais- avançou 189% no primeiro bimestre ante igual período de 2009. Em toneladas, o incremento das compras foi de 274% em um ano."Quando você entra na Miu Miu e vê uma jaqueta de couro "made in China", você percebe que algo está mudando. Se a Prada fabrica ali, é porque a coisa não é tão ruim. Isso nos desperta e nos provoca", diz Adriano Iódice, diretor operacional da marca, que já compra tecidos e aviamentos da Ásia. A Iódice deve começar a importar também peças prontas.Roupas básicasA importação de tecidos avança mais rapidamente do que a compra de peças prontas. As grifes nacionais têm dificuldade de encomendar em grande quantidade, condição para que a terceirização da produção se justifique. Na compra de peças prontas, a tendência é optar por itens básicos como tricôs, malhas e tops, já que peças mais elaboradas não são vendidas em escala.A Huis Clos, por exemplo, compra os tricôs importados e depois personaliza as cores. A marca estuda a possibilidade de encomendar outros tipos de roupa já pronta também para a Maria Garcia, segunda marca da casa."Trabalhamos no mercado de luxo e, cada vez mais, notamos que a China expande o leque de opções. E com preços muito bons", afirma Maira Himmelstein, responsável pelo planejamento de coleções da grife.O estilista Carlos Miele, da M. Officer, destaca, porém, que há entraves para a importação. Segundo ele, aqui, no Brasil, há obstáculos ligados à logística de importação e à alta tributação do produto estrangeiro. Mesmo assim, a importação compensa em alguns casos. Miele diz que, no caso de produtos como a seda e o cashmere, "a diferença de preço e a qualidade da China são mais convidativas" que as condições do Brasil.Indústria nacionalDe acordo com a Abit (que representa a indústria têxtil nacional), "as importações têm crescido velozmente" nos insumos para a produção, assim como no produto final. Estimativa aponta que 8% das roupas no Brasil são importadas -o percentual variava de 1% a 1,5% há cinco anos. Nos tricôs, a participação dos importados alcança 40%, segundo a associação.Quanto aos bens intermediários -tecidos e aviamentos, por exemplo-, a Abit informa que o percentual de importados não é inferior a 25%."A Abit nada tem contra o comércio internacional, mas é categoricamente contrária ao fato de gerarmos empregos fora do Brasil não por ineficiência do trabalhador ou do empresário, mas por variáveis desequilibradas, como câmbio, juros e carga tributária, que não são competitivos quando comparados aos dos concorrentes", afirma Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit.Pimentel afirma que a dificuldade de concorrer com os asiáticos aumentou no pós-crise. Com a queda no consumo dos americanos e dos europeus, China, Índia, Bangladesh, Camboja e outros grandes produtores de têxteis e confecções ficaram mais agressivos para ganhar mercados emergentes, como o Brasil.

Fonte:
Autor(es): VERENA FORNETTI DA REDAÇÃO
Folha de S. Paulo - 04/04/2010